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Colaboração Brasil-Alemanha em Astrofísica fortalece pesquisas multimensageiras em São Carlos

O Grupo de Astrofísica de Partículas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) organizou, na segunda semana de abril, a edição brasileira do workshop “High-energy astrophysics in the multi-messenger era”, reunindo pesquisadores e estudantes do Brasil e da Alemanha para discutir e desenvolver projetos de pesquisa em astrofísica de altas energias, com foco especial no CTA – Cherenkov Telescope Array.

O evento contou com a participação de quinze pesquisadores da Friedrich-Alexander-Universität (FAU), de Erlangen-Nürnberg, na Baviera, Alemanha, uma das maiores universidades do país. Eles se juntaram aos estudantes brasileiros para uma semana de intensa troca de conhecimentos e experiências.

O workshop incluiu apresentações, discussões em grupos e atividades culturais para estimular a colaboração entre os participantes. Entre os destaques estavam as últimas descobertas em física de astropartículas de alta energia, astronomia multi-mensageira, instrumentação e análise de dados, além do futuro da astrofísica por meio do CTA.

O encontro foi apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pelo Centro Acadêmico Bávaro para a América Latina (BAYLAT), como parte de uma iniciativa conjunta para estabelecer parcerias entre a Baviera e a América Latina.

A abertura do workshop foi realizada pela pesquisadora Carola Dobrigkeit Chinellatto, docente do Instituto de Física Gleb Wataghin, do Departamento de Raios Cósmicos e Cronologia, na Universidade de Campinas (UNICAMP). Carola apresentou um panorama sobre “A Física de Astropartículas na América Latina”.

Em sua apresentação, a pesquisadora destacou o papel desempenhado pela física de raios cósmicos no Brasil e a importância do Observatório do Cherenkov Telescope Array, uma colaboração mundial que visa construir uma nova geração de telescópios terrestres de raios gama.

Outros pesquisadores também compartilharam atualizações sobre suas pesquisas relacionadas ao projeto CTA. Entre eles estavam Vitor de Souza (IFSC-USP), Ulisses Barres de Almeida (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas – IAG/USP), Alison Mitchell (Erlangen Centre for Astroparticle Physics – ECAP, FAU-Erlangen-Nürnberg), Riccardo Sturani (Instituto de Física Teórica – UNESP), Reinaldo Santos de Lima (IAG/USP), Cibelle Celestino Silva, Christopher van Eldik (ECAP, FAU-Erlangen-Nürnberg), e Stefan Funk (ECAP, FAU-Erlangen-Nürnberg).

Para o coordenador do workshop no Brasil e presidente do Conselho do Consórcio CTA, professor Vitor de Souza, a cooperação entre diferentes instituições e países contribui para o avanço da ciência: “Cada grupo de pesquisa tem suas próprias particularidades, e é a partir do confronto de ideias que surgem inovações. Não há barreiras entre as colaborações, e o impacto na pesquisa é significativo, pois combina a expertise e os recursos de ambos os grupos”, afirmou. “Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer os primeiros resultados das pesquisas iniciadas no ano passado na Alemanha. Com isso, fomentamos conexões e ampliamos o potencial dos trabalhos”, concluiu.

O pesquisador principal do projeto temático CTA, Prof. Dr. Edivaldo Moura Santos, destaca a importância das colaborações para os estudantes. “O aspecto mais positivo desse tipo de evento é fomentar a colaboração entre os estudantes e promover a integração com outros trabalhos, neste caso com uma das maiores universidades alemãs. Além disso, amplia as possibilidades para as pesquisas que estão em andamento.”

O doutor em física Rodrigo Guedes Lang, pós-doutor no Erlangen Centre for Astroparticle Physics (ECAP) da FAU e membro da colaboração CTA, compartilhou sua avaliação sobre a relevância do workshop para os estudantes. “Para mim, é uma experiência muito especial, pois tenho conexões com os dois institutos. Eventos como este proporcionam o compartilhamento de experiências e mostram como é o trabalho em outros países. O intercâmbio entre as pesquisas é único e a internacionalização dos projetos é bastante interessante para ambos”, afirmou.

Rodrigo também destacou que o ambiente do workshop oferece uma experiência única para os estudantes. “Aqui, temos acesso a recursos e contatos valiosos. Trabalhamos juntos em projetos específicos e publicaremos alguns artigos. Com isso, produzimos ciência de alto nível, trocamos experiências e aprimoramos significativamente nosso trabalho”, concluiu.

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