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Empresa de São José dos Campos participa do projeto de telescópios do CTA

O Cherenkov Telescope Array (CTA) será o principal observatório global da astronomia de raios gama de alta energia e irá revolucionar os estudos de astrofísica de altas energias e astropartículas.

Duas empresas de São José dos Campos, interior de São Paulo, receberam nesta quarta-feira (13), a visita dos engenheiros da Desy (Deutsches Elektronen-Synchrotron), instituição de pesquisa alemã responsável pelo Centro de Gerenciamento de Dados Científicos (SDMC) do sistema do Cherenkov Telescope Array (CTA).

Acompanhados pelo presidente do Conselho do Consórcio CTA, o astrofísico e professor da USP-São Carlos, Vitor de Souza, e do doutor em Ciências em Engenharia Aeronáutica e Mecânica, proprietário da Orbital Engenharia, Celio Vaz, os engenheiros avaliaram a capacidade técnica de cada empresa para a fabricação de partes de uma das estruturas mecânica de sustentação das câmeras dos telescópios médio.

Como os telescópios estão sujeitos a intempéries, essa estrutura possui alguns requisitos de projeto, fabricação, interfaces, transporte, montagem e de vida operacional em ambientes agressivos, incluindo a resistência a terremotos.

A visita é mais uma etapa da construção do maior observatório do mundo dedicado ao estudo de corpos celestes que emitem radiação gama – a radiação de mais alta energia. Denominado Cherenkov Telescope Array (CTA), o observatório está sendo instalado em dois lugares diferentes, nas Ilhas Canárias, em La Palma, Espanha, e no Atacama, Deserto do Chile.

O CTA é uma colaboração internacional que está construindo um conjunto de telescópios de diferentes tamanhos, com dez vezes mais sensibilidade do que qualquer instrumento de raios gama atual, com cobertura de energia e resolução angular sem precedentes. É um projeto que promete revolucionar os estudos de astrofísica de altas energias e astropartículas.

O Consórcio conta com a participação de 1.500 membros de mais de 150 institutos de pesquisas, em 25 países, incluindo o Brasil. Os cientistas e engenheiros do Consórcio CTA começaram a trabalhar no Cherenkov Telescope Array Observatory há mais de uma década.

Telescópios

O projeto prevê a construção de pelo menos 60 telescópios de diferentes tamanhos e espaçamentos para uma cobertura completa do céu. Serão usadas câmeras com tubos fotomultiplicadores (PMTs) ultrarrápidos (ns) para permitir uma medida muito precisa de fenômenos.
Como os espelhos dos telescópios terão entre 6, 12 e 24 metros de diâmetro e pesarão entre 8 e 100 toneladas, as estruturas metálicas devem suportar o conjunto de instrumentos eletrônicos que pesam 2,5 toneladas em suas extremidades e que não podem envergar mais do que 20 milímetros para não prejudicar as imagens produzidas pelos telescópios.

Interesse brasileiro

O CTA (Cherenkov Telescope Array) abrirá uma nova janela de descobertas voltada para questões fundamentais da física. Será um divisor de águas em física de altas energias e astrofísica, campo de pesquisa em que o Brasil é muito maduro e avançado.
Pesquisadores e indústrias brasileiras estão atuando em várias etapas de desenvolvimento, construção, otimização, simulação, teoria e análise de experimentos físicos de astropartículas.

Em São José dos Campos, uma outra empresa já faz parte do consórcio. Os pesquisadores da Orbital Engenharia projetaram parte da estrutura mecânica de sustentação das câmeras dos telescópios de médio. A empresa venceu uma concorrência com o instituto de energia atômica da França.

O país está ganhando destaque científico no Consórcio. Atualmente, Vitor de Souza é presidente do Conselho do Consórcio CTA, órgão máximo do observatório para a área de ciência e pesquisa.

O grupo liderado por Vitor de Souza conta com a participação de mais de 50 pesquisadores em 25 institutos de pesquisas de várias universidades, entre elas USP (Universidade de São Paulo), UFSCar (Universidade Federal de São Carlos, UFES (Universidade Federal do Espírito) UEL (Universidade Federal de Londrina), Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal do ABC, INPE, UNIFESP, ICT – UNESP de São José dos Campos, Universidade Federal de Campina Grande, entre outras.

O projeto temático é financiado pela FAPESP.

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